Fraude Bancária com Passivo Trabalhista de Centenas de Milhões de Dólares

Como expusemos e neutralizamos um esquema jurídico-financeiro após uma aquisição bancária, transformando crise em recuperação estratégica

Conluio com terceiros multiplica perdas
Escritórios externos alinhados a insiders desviam valores via “acordos” — o efeito prático é sangria de caixa e danos reputacionais sistêmicos.

Silos jurídicos criam brechas fatais
Quando o contencioso trabalhista responde a RH, controles se fragilizam — o impacto pode chegar a centenas de milhões em passivos inflados.

Pós-M&A sem varredura forense é aposta cega
Sem revisão independente, passivos ocultos explodem 3–12 meses após a integração — e a conta recai sobre o novo controlador.

Caso de Estudo — Banco Europeu x Passivo Oculto no Brasil

Aquisições bancárias costumam vir com integração dura: corte de custos, ajuste de equipes, reordenação de áreas. Três anos após comprar um banco de varejo no Brasil, um grupo europeu descobriu o que ninguém queria ver no balanço: um rombo trabalhista de ~US$ 300 milhões. O problema não era “apenas” os envolvidos diretos — executivos e escritórios terceirizados — mas a cadeia de quem ignorou sinais claros e, em alguns casos, foi promovido enquanto a fraude crescia.

O desenho do risco era preciso: o jurídico trabalhista não respondia ao jurídico corporativo, mas reportava ao RH. Nesse arranjo, surgiu um esquema que inflava ações em até 10 vezes, direcionava “acordos” a valores acima de mercado e punia escritórios que se recusavam a participar. A operação, distribuída nacionalmente, exigia coordenação constante. O efeito: caixa drenado, cultura corrompida e reputação em erosão.

Fomos chamados quando o conselho entendeu que “investigar” era pouco — era preciso limpar a organização e reordenar o tabuleiro. Em situações assim, não existe polícia que chegue a tempo nem manual corporativo que dê conta. Atuamos como gestores de situação especial: investigador, promotor, defensor, júri e relator de recomendações — sempre com uma regra inegociável: fazer o certo, inclusive quando o cliente pressiona por bodes expiatórios.

Nossa abordagem, em linhas objetivas:

  1. Trava de emergência: suspensão de novos acordos, preservação de evidências e containment reputacional.
  2. Forense jurídico-financeiro: cruzamento de contratos, petições, perícias e fluxos de pagamento; mapeamento de padrões anômalos por comarca, período e escritório.
  3. Cartografia de influência: quem decide, quem assina, quem lucra; rede de relacionamentos entre internos e terceiros.
  4. Entrevistas estruturadas e teste de veracidade: versões, inconsistências, incentivos; whistleblowing protegido.
  5. Governança e segregação: reposicionamento do trabalhista sob o jurídico, troca de bancas, novos SLA/KPI e cláusulas anticorrupção.
  6. Contraestratégia de recuperação: ações regressivas, clawback de honorários, responsabilização civil/disciplinar e negociação com stakeholders críticos.

Resultado: desmonte do esquema, redução imediata da perda projetada, redefinição de governança e um plano jurídico para recuperar valores. Mais importante: o banco saiu do ciclo reativo para um modelo de controle proativo, capaz de detectar e bloquear tentativas futuras.

O que este caso ensina a qualquer organização exposta no Brasil:

  • Estrutura importa mais que intenções. Colocar o trabalhista sob RH é convite à assimetria de controle.
  • Terceirização sem governança é risco estratégico. Honorários, alçadas e rotatividade viram sinais de alerta — e de trilha de dinheiro.
  • Pós-M&A exige varredura independente. Sem due diligence comportamental e forense, passivos “invisíveis” sempre aparecem — tarde e caro.

Se você está integrando operações, suspeita de passivos fora da curva ou precisa de gestão de crise com mão firme e confidencialidade, fale conosco. Atuamos onde outros não entram — e entregamos estratégia, limpeza e recuperação.