O Poderoso Chefão nas Empresas | Lições de Liderança com Barry Wolfe

Descubra o que empresários, líderes e profissionais podem aprender com Don Corleone sobre autoridade, lealdade, gestão de crises e tomada de decisão

Sobreviver é ler o tabuleiro certo
Gestão no Brasil é jogo de xadrez, não planilha.

Liderar no Brasil exige frieza estratégica
Num país instável, ser CEO é agir com astúcia e firmeza.

Lealdade vale mais que brilho duvidoso
Promova quem você pode confiar, não quem pode te derrubar.

No clássico O Poderoso Chefão, a liderança nasce da necessidade de proteger o que importa em um ambiente cercado de traições, ameaças e decisões difíceis. Troque a máfia pelo CNPJ de uma empresa no Brasil e o cenário continua exigindo coragem, estratégia e frieza.

Um ambiente corporativo que exige blindagem
Ser CEO no Brasil significa atuar em um terreno instável. A confiança nas instituições é baixa. A lei nem sempre protege. A cultura de levar vantagem ainda é admirada. Investigações se dissolvem, autoridades oscilam entre ação e omissão, e o crime organizado já entendeu como operar sob aparência legítima. Nessa realidade, o CEO precisa ir além da gestão convencional. Precisa proteger a reputação, manter o time unido e neutralizar ameaças externas e internas.

Inimigos nem sempre estão do lado de fora
Na ficção, Don Corleone mantinha os inimigos por perto. No mundo real, eles podem ser ex-funcionários ressentidos, executivos ambiciosos, parceiros oportunistas, acionistas instáveis ou até autoridades mal-intencionadas. Também pode haver riscos maiores, como organizações criminosas tentando infiltrar-se via distribuição, patrocínio ou aquisições. O líder precisa ter visão periférica. Saber quem está ao lado e quem está agindo por interesse. Confundir isso pode custar caro.

Quando o supercompetente vira o risco
O perfil mais perigoso não é o incompetente. É o colaborador que entrega resultados, mas joga contra a cultura ética da empresa. Em contextos frágeis, ele ganha bônus, prestígio e poder. Enquanto isso, o funcionário leal, mas discreto, é subestimado. Esse desequilíbrio destrói a confiança interna. A empresa vira um campo de disputa, não de construção. É essencial valorizar quem é honesto, ainda que precise de desenvolvimento técnico. Ética deve ser critério de permanência. Sempre.

Conselheiro e "cleaner": os pilares invisíveis
Toda organização precisa de alguém que pense com frieza, sem envolvimento emocional. Esse é o conselheiro. Pode ser um advogado de confiança, um consultor estratégico ou uma figura neutra que antecipa riscos e ajuda a enxergar o que a liderança, por estar imersa, não vê. Além disso, há situações críticas que precisam ser resolvidas com discrição. O “cleaner” atua nesses momentos. Pode ser um conflito familiar, uma ameaça reputacional, uma crise jurídica ou até um movimento silencioso de sabotagem.

Esses dois perfis são raros, mas indispensáveis.

O real poder está na ética que se sustenta
No final, liderar com firmeza, inteligência e lealdade é o que garante longevidade. Inspirar respeito sem medo, manter o time coeso e proteger a cultura da empresa são os verdadeiros sinais de poder. O poderoso chefão que sobrevive no Brasil não é o que grita mais alto, mas o que observa melhor, confia nas pessoas certas e age com estratégia.